Hábito esportivo, com supervisão profissional, melhora a saúde e atua como terapia na socialização entre pacientes

 

A prática de exercícios físicos é recomendada para todas as idades, mas após os 60 anos passa a ser uma necessidade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos triplicará no Brasil em 2050. Isso representará quase 30% da população no país. Os dados ressaltam a necessidade de alertar a população sobre qualidade de vida e isso está diretamente relacionado a prática de exercícios físicos sob orientação profissional.

Everton Dombeck, cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini, explica os benefícios dos exercícios, principalmente para os que têm mais de 60 anos de idade. “A atividade física contribui para a melhora dos níveis de colesterol, triglicerídeos e de glicose sanguínea (diabete). Com o fortalecimento muscular, as dores articulares secundárias a artrites e artroses também podem ser minimizadas. Além disso, ajuda a controlar a obesidade, melhora a flexibilidade, aumenta a capacidade aeróbica e ameniza as chances de doenças  cardiovasculares, como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral), principais causas de mortes no Brasil”, analista analisa o especialista.

Rafael Macedo, coordenador da Academia do Coração do Hospital Cardiológico Costantini, destaca que é importante ter a liberação médica antes de começar a as atividades físicas e explica que as aeróbicas como caminhar, pedalar, correr, nadar e exercícios de musculação – para combater a sarcopenia (perda de massa muscular) – são os mais indicados após os 60 anos de idade.

“Os exercícios são prescritos de forma individualizada, sempre com supervisão da nossa equipe, respeitando os critérios de especificidade, sobrecarga e reversibilidade do treinamento. A recomendação mínima é de 30 minutos por dia”, analisa o profissional da Academia do Coração, que atende atualmente cerca de 350 pacientes com acompanhamento cardiológico.

“O coordenador enfatiza que a doença cardiovascular surge pela exposição do organismo a dois grandes grupos de fatores de risco, os modificáveis e os não modificáveis.  Dentre os não modificáveis destacam-se a idade, o sexo (homens tem maior prevalência) e histórico familiar. Entre os modificáveis destacam-se a hipertensão, dislipidemia, diabetes, sedentarismo, obesidade, estresse, tabagismo e alcoolismo.

“Se o individuo tem mais de 60 anos e possui um fator de risco passa a ser ainda mais importante fazer exercícios. Com isso, vai melhorar sua a aptidão músculo esquelética , fundamental para a manutenção da independência funcional.

Além dos programas de exercícios supervisionados, outro benefício atrai pacientes para a Academia do Coração: a socialização. “É um dos nossos principais benefícios para a terceira idade. Muitos pacientes motivam-se com os amigos que fazem na academia. É uma forma de terapia, um segue o exemplo do outro para superar os problemas de saúde”, complementa o coordenador.