
O procedimento de fechamento de auriculeta é indicado para pacientes com fibrilação atrial e alto risco de sangramento, utilizando uma prótese para fechar a auriculeta e prevenir embolias.
O QUE É?
A fibrilação atrial (FA) de origem não valvar é uma das arritmias mais comuns e acomete de 1% a 2% da população adulta.
Está presente em até 14% dos pacientes acima de 65 anos e dobra sua incidência a cada década.
Associada a alto risco de eventos cardioembólicos, principalmente acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Particularmente nos casos de Fibrilação atrial crônica não associada a doenças valvares, foi observado que a imensa maioria dos trombos se formam numa região do átrio esquerdo conhecida como apêndice atrial esquerdo (auriculeta).
Assim, algumas terapias em desenvolvimento são baseadas na idéia de que o fechamento do apêndice atrial esquerdo impediria a ocorrência dos fenômenos de embolia, sepultando os trombos no apêndice atrial, sem que eles pudessem cair na corrente sanguínea.
QUANDO É INDICADO?
É indicado ao paciente que possui fibrilação atrial ou quadro de fibrilação atrial paroxística, com alto risco de sangramento na administração da terapêutica anticoagulante e com probabilidade de sucesso do fechamento confirmados com ecografia transesofágica.
COMO FUNCIONA?
Após definido o diagnóstico pelo cardiologista clínico e opção pelo fechamento percutâneo da auriculeta por prótese, o paciente deverá passar por avaliação com médico hemodinamicista para que ele avalie a viabilidade do procedimento.
O paciente será preparado para o tratamento, que será realizado na sala de hemodinâmica, local onde se fazem cateterismos e angioplastias.
Todas as orientações médicas serão repassadas em consulta pré-cirúrgica.
O procedimento consiste em colocar uma prótese na auriculeta, com objetivo de excluí-la definitivamente.
O fechamento da auriculeta é realizado através de uma punção na virilha.
A prótese é guiada por um cateter através do átrio esquerdo sob visão ecocardiográfica e pequenas injeções de contraste até ser encaixada no óstio da auriculeta.
A prótese vem compactada em um dispositivo que a libera. Uma vez posicionada, retira-se o cateter, terminando o procedimento.
Após o procedimento, o local onde foi feita a punção será comprimido por aproximadamente dez minutos e uma faixa será colocada ao redor de toda a perna, na altura da virilha, para evitar que o paciente tenha sangramento pelo local da punção.
Ele fica 24 horas com a faixa após o procedimento.
Consulte seu médico sobre o uso de seladores hemostáticos que reduzem o tempo de uso da faixa, dando mais conforto.
Você estará conectado a um monitor cardíaco e a um acesso venoso por algumas horas.
Sua frequência cardíaca, sua pressão sanguínea e o local da inserção dos cateteres serão verificados frequentemente.
Se a virilha foi usada como local da inserção, você precisará ficar deitado com a perna imóvel durante 6 horas após a remoção do introdutor.
Normalmente, após 24 horas de UTI você passará par o quarto, onde poderá repousar e preparar-se para a alta no dia seguinte.
Alguns cuidados devem ser tomados para evitar complicações nas angioplastias.
Se o acesso for pela femoral ou virilha nos próximos sete dias opôs o procedimento: evitar subir escadas, não carregar peso e não dirigir.
Todas as orientações médicas serão repassadas em consulta pré-cirúrgica.
PREPARO
O preparo para o procedimento, como medicação a ser suspensa, tempo de jejum e necessidade de internação prévia, serão passados no momento do agendamento.
CUIDADOS PÓS-PROCEDIMENTO
Após a alta hospitalar é importante o acompanhamento do paciente pelo médico assistente em caráter ambulatorial.
Todas as orientações fornecidas no momento da alta, como tempo de repouso, medicações e cuidados deverão ser observadas para uma boa evolução clínica.