A crença de que o chocolate é motivo de preocupação pelas calorias a mais e pelo excesso de açúcar pode estar com os dias contados. Pesquisas recentes relacionam o consumo de chocolate à redução da formação de placas de gordura, devido à diminuição da oxidação do colesterol ruim, beneficiando, assim, o funcionamento do coração.
De acordo com a médica cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini, Carmen Weigert, o cacau e o chocolate possuem naturalmente uma série de minerais, incluindo o cobre, o magnésio e o potássio, os quais podem afetar positivamente o controle da pressão arterial e dos marcadores de risco cardiovascular. Segundo ela, o consumo de chocolate amargo rico em cacau tem sido sugerido como um importante método dietético preventivo, que visa à melhora dos fatores de risco que propiciam a ocorrência de doença cardiovascular em função do seu alto conteúdo de flavonóides antioxidantes. “O chocolate amargo é o que possui maior teor de massa de cacau, por isso o mais indicado é aquele com teor de 70-80%”, alerta a cardiologista.
Segundo a especialista, o consumo deve ser em pequenas quantidades, uma vez que o chocolate contém gordura saturada e açúcar, que em excesso podem trazer efeitos nocivos à saúde. “A ingestão equilibrada deve ser de até 30g por dia (1 barra pequena) de chocolate amargo (70-80% de cacau), aliado a uma alimentação balanceada em calorias e nutrientes”, ressalta Carmen.
Para quem tem restrições à ingestão de açúcar, como é o caso dos diabéticos, a médica destaca que não há um tipo ideal de chocolate e que os dietéticos nem sempre são a melhor opção, pois apesar de não conterem açúcar, possuem mais gordura saturada do que os demais, sendo consequentemente mais calóricos. Por isso, na dúvida, é preferível evitá-lo e consumir os amargos.
“Além de calcular a ingestão de carboidratos, o portador de diabetes pode procurar amenizar os efeitos do chocolate sobre a glicemia consumindo o produto após a refeição, em substituição a uma sobremesa. A presença de outros nutrientes, incluindo fibras, faz com que a absorção não seja tão imediata, diminuindo a possibilidade de uma hiperglicemia”, explica a cardiologista, que defende evitar conviver entre os extremos de proibição nem de liberação total e irrestrita do chocolate. Para ela, o consumo moderado e orientado por um médico deve ser a prioridade no cuidado com a saúde.